Para descobrir a resposta certa para o seu caso específico, é preciso analisar alguns pontos; saiba mais aqui.
Na América Latina, o Brasil é o segundo lugar que mais tem shopping centers; só perde para o México. Temos hoje 639 shoppings, e a previsão é de que ao longo de 2024 mais 18 sejam inaugurados. Juntos, eles recebem por mês 462 milhões de visitantes (e potenciais consumidores), que contribuem para um faturamento de quase R$ 195 bilhões. Os dados são da Abrasce, a Associação Brasileira de Shopping Centers, que acabou de divulgar um levantamento sobre “O comportamento dos frequentadores de shopping centers”. A descoberta principal? Que o consumidor identifica cada vez mais o shopping como um centro de convivência do que como um local de compras.
Para ter ideia, um em cada três entrevistados avalia o shopping como um local prático para resolver necessidades rotineiras, devido à crescente oferta de lojas de conveniência e serviços – olha a saúde estética se encaixando aí! Isso explica por que entre os segmentos que mais abriram novas unidades nestes centros comerciais estão os setores de perfumaria e cosméticos (6%) e de serviços estéticos (4%). A título de curiosidade, lojas de alimentação e bebidas responderam por 36%, vestuário 14% e serviços médicos, 2%.
Outra descoberta interessante da Abrasce: entre os que frequentam shoppings, 53% são mulheres, 56% têm ensino superior, 27% têm entre 30 e 44 anos e 26%, entre 20 e 29 anos. Estes números todos não só ajudam a confirmar a grandeza e o potencial dos shopping como fazem o olhinho do empreendedor da área de saúde estética brilhar com a possibilidade de abrir sua clínica de estética em um centro de compras.
O preço de estar no shopping
Um dos maiores atrativos de abrir um negócio no shopping é o fato dele reunir centenas de potenciais consumidores em um único local, e isso sete dias da semana, por um período de tempo estendido. “Entre os principais pilares do marketing está o ponto de venda, que é onde o cliente percebe o valor de um produto ou serviço. Estamos falando de acesso, que é o que realmente interessa ao consumidor. Como posso ter uma experiência memorável em termos de tempo, local e posse de um produto ou serviço? Essa é a questão a ser discutida”, diz Macir Bernardo, coordenador dos cursos de gestão e negócios, na Universidade Anhembi Morumbi.
Antes de responder um sono ‘sim’ à essa provocação, é preciso considerar alguns fatores, entre eles:
- a escolha do shopping, onde ele está localizado, o público que frequenta o espaço, seus hábitos de consumo e os tipos de loja que existem ali;
- a obrigatoriedade de se adequar às regras e aos horários de funcionamento do shopping, o que inclui trabalhar todo sábado, todo domingo e na grande maioria dos feriados;
- calcular os vários custos, entre eles taxas de ar condicionado, seguro, consumo e condomínio, que é calculada sobre o metro quadrado ocupado pelo negócio. É preciso pagar ainda o direito de usar o ponto, o aluguel do espaço e o fundo de promoção. Lembrando que esses valores aumentam à medida que o shopping é mais valorizado;
- considerar que estes custos trazem vantagens para o lojista, como segurança, concentração de público (chova ou faça sol), estacionamento, limpeza e manutenção, entre outros serviços.
E a rua, hein?
É comum pensar que abrir uma loja na rua é melhor opção, especialmente quando se compara a quantidade de taxas e os custos cobrados pelo shopping. O valor do aluguel, então, é o que mais leva a crer na rua como melhor investimento. Porém, sem planejamento adequado, a escolha do ponto comercial pode ser feita pelos motivos errados, como considerar apenas o preço do imóvel, a beleza dela ou mesmo a facilidade de chegar até ali a partir da sua casa. Mas, se a circulação de pessoas for pequena na região, as vendas podem ficar abaixo do esperado, e, o que parecia ser um grande negócio, acaba se revelando uma furada.
Tem ainda o fato de que a loja de rua pode implicar em outros custos que, por vezes, são esquecidos no plano de negócio, como investimento em divulgação, necessidade de contratar segurança privada e a falta de manutenção adequada, que pode levar à rápida deterioração do local. Outros fatores que podem prejudicar a experiência do cliente incluem a falta ou dificuldade de estacionamento, a presença de comércio ambulante nas proximidades e até a realização de obras públicas repentinas que prejudiquem a passagem de carros e pessoas.
Muitos pontos a considerar? Sim, mas eles são cruciais para o sucesso do seu negócio. Por isso é que vale refletir inclusive sobre contratar uma consultoria especializada para entender o que é mais vantajoso para o seu caso específico. Já que, como diz o ditado do empreendedor, ‘caro é o que não vende’.