Apesar do diabetes em si não ser um impeditivo para a realização de tratamentos estéticos, é preciso tomar alguns cuidados especiais; entenda.
Segundo o Ministério da Saúde, 17 milhões de brasileiros, ou 9% da população acima de 18 anos, têm diabetes, que cresce em ritmo alarmante e até 2050 pode atingir 1,3 bilhões de pessoas no mundo. Dito isso, responda com sinceridade: em todas as avaliações que faz, você pergunta se o paciente é diabético? “É de suma importância que o profissional de estética questione sobre a presença da doença devido às implicações médicas específicas associadas a ela, como a neuropatia periférica (complicação que afeta as extremidades do corpo e causa sintomas como falta de sensibilidade local) e a má circulação sanguínea, que podem exercer influência direta sobre a realização dos tratamentos estéticos e também no resultado deles. Isso porque o diabetes pode comprometer a capacidade do corpo de se curar, aumentando, assim, o risco de complicações durante ou após os procedimentos estéticos”, afirma Bruna Gonçalves, médica da Clínica Alyne Landim Beauty Clinic. Ela completa: “Diabéticos frequentemente sofrem de má perfusão sanguínea e neuropatia, que retardam a regeneração do tecido e aumentam a vulnerabilidade a infecções. Isso pode levar a complicações como úlceras cutâneas, o que torna vital evitar procedimentos invasivos que possam desencadear tais problemas”. Concorda com ela a dermatologista Tatiana Mattar: “Se estiver bem controlado, o diabetes não impede a realização dos tratamentos. O problema é quando a doença está descontrolada, já que ela prejudica o sistema circulatório e isso impacta na cicatrização, o que seria um impeditivo para fazer um laser ablativo, um microagulhamento ou peelings profundos, por exemplo”.
E injetáveis, pode?
Segundo a doutora Bruna Gonçalves, procedimentos injetáveis, como preenchimento e toxina botulínica, podem ser realizados em pacientes diabéticos controlados. “Contudo, é imperativo que o profissional esteja plenamente ciente da condição do paciente. Medidas rigorosas de esterilização e precauções adicionais devem ser adotadas para evitar qualquer risco de infecção ou efeitos adversos decorrentes da diabetes. Em contrapartida, o diabético não deve ser submetido a nenhum procedimento se ele apresentar sinais de descompensação glicêmica, tais como fraqueza ou confusão. Nesses casos, é essencial que ele consulte um médico especialista para estabilizar os níveis de glicose no sangue antes de prosseguir com qualquer intervenção estética para que seu embelezamento seja realizado com segurança e eficácia”, alerta a médica.
Estética é mais do que beleza
Descritos os devidos cuidados, vale destacar que há muitas vantagens do paciente diabético realizar tratamentos estéticos. “Além da melhora da autoestima e do bem-estar emocional, os procedimentos estéticos podem ajudar no controle do ganho de peso e minimizar os efeitos do envelhecimento”, diz a doutora Bruna Gonçalves. “Pensando nisso, e também no fato de que a pele do diabético tende a ser mais ressecada e com menos viço, é que sempre reforço o cuidado com a hidratação tanto nos protocolos que realizado na clínica quanto na indicação do home care”, arremata a esteticista Tereza Assunção.