Há excelentes motivos para comemorar o Dia do Cirurgião Plástico neste 07 de dezembro. Um deles é que o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, segundo levamento divulgado em 2019 pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Para ter ideia, de acordo com os dados mais recentes, de 2018, foram realizadas 1 milhão 498 mil cirurgias plásticas estéticas, além de mais de 969 mil procedimentos estéticos não-cirúrgicos. A consequência desse sucesso todo é que ele leva a uma altíssima demanda por profissionais da estética que atuam em pós-cirúrgico. “A melhora do nível de preparo científico e profissional foi o motivo da maior integração e confiança do cirurgião em relação ao esteticista. A Maria de Fátima Lima Pereira, que atua em estética desde o início dos anos 1980, foi protagonista nos estudos e treinamentos sobre anatomia e fisiologia, gerando uma melhor compreensão das alterações que o paciente sofre no pós e comprovando os resultados apresentados. E isso vem mantendo o status da especialidade”, afirma um dos cirurgiões plásticos mais conceituados do país, com 30 anos de atuação na área, Antonio Graziosi, que é mestre em cirurgia plástica e atende nos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. “Na palestra que dei no último Congresso Estetika antes da pandemia, realizado em 2019, falei inclusive que um profissional bem-formado transmite confiança ao médico e também ao paciente, que relaxa e se sente mais seguro durante sua recuperação. E isso não é pouca coisa”, completa ele.
Dicas para uma parceria de sucesso e segurança
A fisioterapeuta dermatofuncional Vilma Natividade, de São Paulo, doutora em ciências da saúde, PhD em tratamentos de sequelas e professora universitária há 16 anos, diz que antes de fazer qualquer contato com um cirurgião plástico ela primeiro investiga seu perfil médico. “Verifico quanto tempo ele tem de formado, qual habilidade possui, se é mais para a estética ou mais para cirurgia reparadora. Também pesquiso a trajetória acadêmica dele e se ele tem algum artigo científico publicado, e o leio. Depois desse levantamento todo, vou para a segunda etapa, que é marcar uma reunião presencial, onde já levo um projeto explicando formal e cientificamente a importância de modular a inflamação e diminuir o edema no pós-operatório, como é feito o uso do laser e do taping e laser e anexo um mini currículo meu”, descreve a professora. Uma vez que a parceria é acertada, é preciso mantê-la viva. “Para isso, sempre que um paciente agenda um horário comigo, a primeira coisa que faço é agradecer ao médico pela indicação e perguntar como foi a cirurgia e se há algum cuidado especial que deve ter. Após cada atendimento, faço um relatório e encaminho para o cirurgião se certificar de que estou cuidando do paciente, como estou fazendo isso e os resultados obtidos. Isso favorece uma agenda mais livre para o médico porque ele está tranquilo de saber que o paciente está comigo. Por fim, procuro manter os cirurgiões atualizados sobre os trabalhos que estão sendo realizados na nossa área, encaminhando artigos específicos já que não frequentamos os congressos médicos nem publicamos nas revistas deles, mas temos as nossas”, conclui Vilma Natividade, que inclusive dá cursos e palestras para residentes e foi a primeira esteticista e fisioterapeuta a fazer mestrado na área de cirurgia plástica da Unifesp, numa turma composta somente por médicos. Orgulho resume!
No que investir para atuar em pós-cirúrgico, segundo Vilma Natividade:
√ alta frequência, para desinfecção de feridas, desde que autorizado pelo cirurgião plástico;
√ laser com ação moduladora da inflamação;
√ bandagem elástica taping, para otimizar a ação da drenagem linfática;
√ ganchos de crochetagem, para trabalhar fibroses, já que atualmente não utilizamos mais o ultrassom pelo risco de potencializar formação desse tipo de cicatriz interna provocada pela formação de tecido conjuntivo na região operada;
√ óleo vegetal;
√ óleos essenciais, em especial o de laranja doce, que proporciona alegria, pois não é incomum o paciente passar por um processo de arrependimento da plástica devido à dor.