Confira aqui lições básicas para saúde financeira de clínicas e profissionais da área de estética, beleza, saúde e bem-estar.
Já ouviu falar em saúde financeira? Não é somente empresas que precisam de organização e gestão financeira. Tanto profissionalmente como na vida pessoal, é fundamental saber administrar seu dinheiro para crescer com mais estabilidade e constância. “É de extrema importância que o princípio da prudência seja um dos principais pilares para a saudabilidade financeira de qualquer estabelecimento, e clínicas de estética não fogem a esta observação. Entende-se como princípio da prudência: pagar tudo, mesmo que não te sobre nada, ou seja, se isso for seguido o que “sobrar” será lucro.”, destaca Felipe Abrahão, professor e consultor especialista em Gestão para Estética e Saúde.
Mas o que é saúde financeira?
Segundo a Serasa, a saúde financeira diz respeito aos hábitos e comportamentos com os quais lidamos com o dinheiro. Tem vida financeira saudável a pessoa com as finanças equilibradas, que consegue arcar com os gastos essenciais, despesas não essenciais e está preparada para lidar com imprevistos.
O professor Felipe Abrahão conta o seguinte relato: “Certo dia um aluno me disse “gastar é muito bom, mas quando temos a capacidade de fazer reserva de dinheiro isso nos empodera, pois passamos a não ser mais dependentes de qualquer necessidade salva-vidas (empréstimo, dívidas não calculadas ou desfeita de bens para arcar com o descompasso financeiro)”. Pois bem, educação financeira é um hábito, e como todos deve ser exercitado”, ressalta.
Você já olhou sua conta bancária hoje?
“Existe uma frase que tornou-se um bordão meu e por vezes até em aeroporto gritam pra mim a seguinte pergunta: “Professor Felipe, você já olhou sua conta bancária hoje?”. Esta é uma pergunta-chave que faço a todos os meus alunos ou mentorados. Muitos se questionam, se olhar a conta bancária várias vezes vai multiplicar o dinheiro, e claramente isso não acontece. Mas por outro lado, o lado racional, esta prática nos amadurece como organizadores da vida financeira e nos faz ter controle absoluto de onde vem, para onde vai o dinheiro e se algum problema aconteceu (pois infelizmente não estamos blindados a alguma fraude, cartão clonado e outras questões). Esta observação constante nos ajuda a solucionar possíveis problemas com rapidez, pois o grande problema das pessoas despreparadas ao controle financeiro é sempre deixar para amanhã, e de uma bolinha de gude pode-se crescer uma bola de neve que engole o estabelecimento”, alerta Felipe Abrahão.
3 ferramentas para saúde financeira
Aqui Felipe Abrahão destaca três ferramentas que podem nortear de forma simples a organização financeira das clínicas e profissionais de estética:
– Fluxo de Caixa: “Esta ferramenta que pode ser desenvolvida numa simples planilha de Excel deve controlar as entradas de valores (chamadas receitas) e diminuir os gastos fixos e variáveis. O saldo que sobra ou falta deverá ser idêntico ao saldo da conta bancária e irá nortear as necessidades internas para angariar maiores entradas para suprir o déficit do momento. Agora que há sobra de valores, o ideal é acumular nos próximos meses assim aumentando o poder da reserva”, explica o professor Felipe Abrahão.
– Planejamento Orçamentário: “Embora muitos entendem orçamento como sinônimo de cotação de valores, esta não é uma verdade financeira, o orçamento na verdade é limites ou “teto” financeiro, que mesmo não conseguindo prever que os valores gastos serão os mesmos a cada mês, a experiência dos meses anteriores nos dá uma média para não avançarmos mais que o nosso bolso aguenta. Sendo assim, é similar uma mesada dada a um filho adolescente: educá-lo para saber viver num tempo estipulado com a quantidade que terá à disposição. Tal prática amadurece o indivíduo para que possa inclusive compreender que muitas das vezes conseguimos realizar os gastos com qualidade e não excedendo o necessário. Numa lógica: sobrar mais do que gastar”, afirma.
– Retorno sobre o investimento: “Uma ferramenta mundialmente conhecida e pouco explicada. Precisamos entender que investimento é algo que melhora nossa atividade profissional, logo não pode ser encarado como presente à população, mas sim como algo que houve gasto e precisa de retorno do valor investido. A melhor e mais simples forma de controlar este retorno é o monitoramento deste investimento, para que possamos mês a mês incentivar a aceleração do retorno total e aí sim o controle pode ser desfocado, pois tornará qualquer entrada lucro. Seguindo estas dicas prática e objetivas, com certeza terão equilíbrio e estarão a um passo da lucratividade, ou ainda mais lucratividade”, conclui Felipe Abrahão.