Como diferenciar de infecções comuns, por que o diagnóstico precoce importa e como a estética pode ajudar no cuidado contínuo
A hidradenite supurativa (HS) é uma patologia inflamatória crônica que provoca nódulos dolorosos e recorrentes, especialmente em regiões de atrito, como axilas e virilhas.
Por se parecer com foliculite ou uma espinha infeccionada, muitos pacientes passam anos sem diagnóstico ou com tratamentos inadequados, um quadro que agrava lesões e cicatrizes.
Por que se confunde com infecções?
A HS não é contagiosa e tem comportamento sistêmico, com períodos de crise e remissão. O aspecto supurativo e a dor levam à confusão com infecções cutâneas comuns, atrasando a conduta correta.
“A divulgação da patologia é fundamental para que não haja erro no tratamento, principalmente dos esteticistas”, reforça Luiza Freitas, do Projeto Luz.
Hidradenite supurativa pode virar câncer? Em quais situações?
Na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, pesquisas científicas recentes documentam casos ou associações entre a HS e o risco de câncer, especialmente o carcinoma espinocelular.
Trata-se de um risco raro e associado a casos crônicos e avançados, ou seja, mais um motivo para intervir cedo.
O cirurgião Dr. Charles Yamaguchi, em live no Canal do Projeto Luz no YouTube, faz uma comparação para explicar a urgência: “É como um câncer: se você não tratar rápido e efetivamente, ele aumenta, faz metástases e fica difícil superar”.
Diagnóstico precoce e acompanhamento médico contínuo
Para o Dr. Yamaguchi, operar é medida de exceção: “A cirurgia na hidradenite supurativa é o último recurso.”
Além disso, “a cirurgia não deve ser feita na fase aguda”. Na prática, a prioridade é reduzir a inflamação, mapear túneis e planejar a reconstrução quando necessário — com expectativa realista de cicatrização.
E um alerta importante: antibióticos não devem ser usados isoladamente como tratamento de HS, pois eles atuam apenas na fase infecciosa aguda.
O papel do esteticista
Depois da avaliação médica, a estética clínica é importante para cuidar das cicatrizes, realizar a higiene adequada da pele, escolher cosméticos não comedogênicos, educar sobre roupas e atrito, além de apoio à adesão de rotinas preventivas.
O esteticista também ajuda a identificar sinais de alerta e encaminhar rapidamente ao médico, integrando uma rede de cuidados. Luiza Freitas conta que, no Projeto Luz, essa abordagem é multidisciplinar e personalizada, respeitando os gatilhos de cada paciente e orientando sobre higiene, cosméticos e primeiros socorros em casa quando os nódulos ameaçam supurar.
Projeto Luz: acolhimento e rede de apoio
Criado por esteticistas que também são portadoras, o Projeto Luz forma e conecta profissionais de saúde integrativa para atender pessoas com HS, reduzindo o sofrimento e o preconceito.
A demanda é enorme: “eu recebo por dia mais de 200 mensagens no WhatsApp de portadores pedindo para serem atendidos”, conta Luiza Freitas. Para participar ou buscar acolhimento, você pode entrar em contato pelo perfil no Instagram ou WhatsApp.
Alguns hábitos de vida do portador também podem contribuir para o agravamento do quadro. Para saber mais sobre a patologia, clique aqui.