Entenda o que é glicação, como ocorre e como afeta no envelhecimento da pele e quais os cuidados para prevenir os efeitos
A nossa alimentação interfere diretamente no estado da pele. E o açúcar é um dos principais vilões, sendo que o consumo excessivo desencadeia um processo conhecido como glicação. “A busca por uma pele jovem e saudável é uma preocupação constante para muitos de nós. Com a idade, a pele começa a mostrar os sinais do tempo, e uma das causas subjacentes do envelhecimento cutâneo é a glicação. Entender o que é, como ela afeta a pele e como preveni-la, pode ser fundamental para manter a pele com aparência jovem e radiante”, comenta Ana Paula Piconi de Souza, biomédica e proprietária da Be Simple Dermocosméticos.
“A glicação é um dos maiores vilões da nossa pele. Ela é uma alteração na nossa pele influenciada pelo excesso do açúcar. Esse processo significa o açúcar destruindo, endurecendo e mudando a estrutura do colágeno dentro da nossa pele. Essa reação pode aumentar acne, rosácea, estimular oleosidade, piorar o aparecimento de rugas, flacidez, manchas e envelhecimento, aumentar as estrias e celulites. Envolve a pele do corpo todo, as alterações aparecem tanto no rosto quanto no corpo”, explica Ludmila Bonelli, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle.
O que é a glicação e como afeta a pele?
A biomédica Ana Paula Piconi de Souza explica que a glicação é um processo natural que ocorre no organismo quando moléculas de glicose (açúcar) se ligam a proteínas. “Esse processo forma os AGEs (produtos finais de glicação avançada), que são compostos que danificam as fibras de colágeno e elastina, essenciais para a firmeza e elasticidade da pele”, diz.
Segundo a cosmiatra Ludmila Bonelli, o colágeno é uma estrutura firme, organizada e que mantém nossa pele bem estruturada. “Quando o açúcar endurece esse colágeno, ele perde a sua funcionalidade de mobilidade, de sustentação. Ela vai ficar mais dura e vai despencar, porque esse colágeno perdeu a sua mobilidade. A pele fica mais desidratada também. Dessa forma, surgem as rugas, a flacidez e até as estrias, uma vez que esse colágeno rompe com mais facilidade. Vale destacar que não é só o doce. Mas o açúcar também está em outros alimentos como os carboidratos”.
A especialista em dermatocosmética Ludmila Bonelli explica ainda que essa alteração é uma agressão à pele de uma forma oxidativa, estrutural e inflamatória. “Isso aumenta o número de disfunções na pele. Gera um desconforto ao melanócito internamente na derme, deixando-o tão desconfortável que ele produz ainda mais melanina. Então, uma pele glicada faz com que a melanina seja ainda mais liberada produzindo as manchas, de uma forma muito mais nociva que a própria agressão solar. Essa ação deletéria do açúcar na pele passa a ser o grande vilão quando o assunto é mancha oumelasma. O componente inflamatório do açúcar na pele é o grande responsável, também, pela irritação da pele com rosácea”, diz Ludmila.
Pele glicada: os efeitos da glicação
Aqui, a biomédica Ana Paula Piconi de Souza cita quais as principais consequências da glicação na pele:
- Rugas e linhas de expressão: o colágeno danificado pela glicação perde a sua elasticidade, levando ao aparecimento de rugas e linhas de expressão.
- Perda de firmeza: a glicação danifica o colágeno e a elastina, que são responsáveis pela firmeza e elasticidade da pele.
- Perda de brilho e viço: a acumulação de AGEs prejudica a microcirculação da pele, tornandoa opaca e viço.
- Sensibilidade cutânea: a glicação também pode aumentar a sensibilidade da pele, tornandoa propensa a vermelhidão e irritações.
Como prevenir a glicação?
A boa notícia é que é possível prevenir a glicação e minimizar seus efeitos sobre a pele. “Lembrando que o envelhecimento da pele é o sinal mais aparente da degradação das proteínas do nosso corpo, contudo a pele reflete também alterações que afetam a saúde de todo o nosso organismo. Quando as proteínas se tornam glicadas e perdem a integridade de suas funções, o nosso corpo torna-se alvo de doenças e envelhece prematuramente. Cuide da sua saúde!”, destaca a Dra. Ana Paula Piconi de Souza.
Aqui algumas dicas da biomédica Ana Paula Piconi de Souza:
1. Alimentação equilibrada: reduza o consumo de açúcares refinados e alimentos processados, que aumentam os níveis de glicose no sangue. Opte por uma dieta rica em antioxidantes, como frutas e vegetais, que podem ajudar a combater os danos causados pela glicação.
2. Proteção solar: a exposição ao sol pode acelerar a glicação, portanto, use protetor solar diariamente para proteger a pele dos raios UVs.
3. Uso de produtos antiglicantes: ativos antiglicantes, bloqueiam a ligação da molécula de açúcar à proteína e evitando a formação de produtos de glicação avançada (AGEs). Alguns ativos antiglicantes são a vitamina C, o ácido ferúlico e a niacinamida.
4. A associação com ativos antioxidantes também é sempre muito bem-vinda para evitar a formação de radicais livres, que contribuem para o processo de envelhecimento.
5. Além de antiglicantes e antioxidantes, podemos investir nos ativos desglicantes, que revertem o processo de glicação, desfazendo a ligação do açúcar à proteína.