Com o empoderamento feminino ganhando cada vez mais força, muitas mulheres têm se sentindo mais à vontade e interessadas em cuidar e embelezar também a região íntima. Afinal, assim como o restante do corpo, a área genital envelhece e pode trazer alguns impactos negativos no bem-estar, na autoestima e até mesmo na autonomia da mulher sobre o próprio corpo e sua sexualidade. Soluções existem, e das boas, como as que reunimos aqui.
Antes de falar de rejuvenescimento íntimo propriamente dito, vale saber a opinião de um médico especialista nesta parte do corpo: “Cuidar do visual da “diva” está super em alta; e comemoro essa tendência porque ela mostra que as mulheres estão olhando para a própria região íntima e cuidando dela com mais carinho. Isso impacta de maneira muito positiva na melhora da autoestima, na relação com o próprio corpo e na busca por uma vida sexual plena e até de mais cuidados de saúde”, diz a ginecologista e obstetra Bárbara Andrade, de São Paulo. Dito isso, vale esclarecer que, do mesmo jeito que acontece no rosto, a região íntima também perde colágeno, fica flácida e murcha. “Um dos sintomas é não conseguir segurar o xixi ao rir ou espirrar. Tenho uma amiga que ficou indignada quando começou a perder urina por volta dos 42 anos. Ela dizia: “Eu aqui, toda empoderada, perfumada, bem vestida, maquiada e cheirando a xixi?”. Casos como o dela são mais comuns do que a gente pensa, e atendo-os regularmente no meu consultório”, conta a dermatologista Patrícia Fabrini, de Belo Horizonte (MG), que incluiu a região íntima como parte de seu protocolo de tratamento, que, até então, era dividido em rosto, corpo e cabelo. “Há profissionais de estética que atuam sozinhos e muitos também em parceria com o médico. As duas opções são ótimas, mas, na minha experiência, muita gente tende a procurar o clareamento íntimo antes de pensar em outros procedimentos. E, ao ver que a uniformização da cor deixou a região com aspecto mais jovem e bonito, a pessoa se sente estimulada a melhorar ainda mais porque passa a se incomodar com o que ainda não foi melhorado, como a textura e a flacidez, por exemplo”, diz a esteticista e professora Mariana Gomes, coordenadora técnica da Medicatriz, que alerta: “Quem trabalha com cosmético precisa redobrar a atenção ao que será usado na região íntima para evitar que ele escorra. Caso seja uma solução fluida, recomendo usar hastes flexíveis para ajudar na aplicação local, mas há quem prefira pincel autoclavado. Outro cuidado é o de proteger o canal vaginal com uma gaze dobrada”, recomenda ela. Agora, vamos às sugestões de tratamentos:
»» Laser vaginal – “De maneira rápida e sem dor, a ponteira intravaginal do laser estimula a produção de colágeno e elastina na região íntima, melhorando o tônus e a lubrificação do local. O tratamento também pode ser feito de forma preventiva e não tem downtime. O único cuidado é o de evitar relações sexuais nos cinco dias seguintes ao procedimento”, diz a ginecologista e obstetra Eloísa Pinho, de São Paulo.
»» Toxina Botulínica – Engana-se quem pensa que no corpo a toxina botulínica só pode ser usada nas axilas, nas mãos e nos pés para controlar a transpiração excessiva. “A substância também tem efeito surpreendente na diminuição do suor e, consequentemente, do mau cheiro na virilha e no relaxamento da região íntima, evitando que a mulher sinta dor durante a penetração no sexo. Isso geralmente acontece devido à oscilação hormonal às vésperas e, também, depois da menopausa, que diminui a produção de colágeno e provocar ressecamento vaginal”, esclarece a dermatologista Patrícia Fabrini.
»» Preenchimento com ácido hialurônico ou bioestimulador de colágeno – A perda natural do colágeno, que acontece com o passar do tempo, impacta o corpo todo, inclusive a região íntima. “No caso dos grandes lábios, eles vão ficando finos e flácidos e expondo cada vez mais os pequenos lábios, que, por serem muito sensíveis, acabam causando dor e incômodo em situações tão habituais quanto usar uma calça mais colada ou sentar no banco de uma bicicleta para se exercitar. Para resolver a situação, duas boas opções são recuperar o volume imediatamente com preenchimento de ácido hialurônico ou prevenir a perda desse volume com bioestimulador de colágeno”, afirma Patrícia Fabrini.
»» Ultrassom microfocado “Indicado em casos de perda de urina, flacidez, atrofia e secura vaginal, o equipamento produz pequenos pontos de coagulação na parede vaginal em profundidades pré-determinadas que aquecem o tecido tratado levando à contração e posterior produção de colágeno. O procedimento também promove encurtamento das fibras musculares, com melhora do tônus vaginal e aumento do prazer sexual do casal”, conta a dermatologista e ginecologista Daniella Curi, de São Paulo, mestre e doutora em ginecologia e obstetrícia pela Universidade de São Paulo (USP).
»» Peeling clareador – Segundo a médica Patrícia Fabrini, avirilha, a região anal e o períneo, aquela área que vai da vagina ao ânus, tendem a escurecer com o passar do tempo; e, também, pelo atrito da pele com a roupa, a agressão causada pela depilação com lâmina, o excesso de peso e a tendência a hiperpigmentar, como acontece em descendentes de árabes e negros. “Isso faz com que muitas mulheres se sintam envergonhadas na hora de usar biquíni, maiô, colocar uma lingerie mais sedutora ou de ficarem nuas diante do parceiro. Não precisa ser assim, porque com poucas sessões de peeling clareador íntimo já é possível estimular uma pele nova e mais clara”, completa.
»» Radiofrequência – “A energia emitida pelo aparelho aquece os tecidos que possuem moléculas de água em sua composição. Isso estimula a produção de colágeno novo e faz com que as fibras já existentes contraiam, o que retrai a pele, dando um up na região e deixando-a mais firme e com aspecto rejuvenescido”, diz a fisioterapeuta dermato-funcional Juliana Teixeira, da Clínica Libert, no Rio de Janeiro.
»» Microagulhamento – “Feita com roller ou com caneta elétrica, a técnica é uma excelente opção para promover um lifting na região e tratar a flacidez mais acentuada nos grandes lábios quando a paciente não pode investir na radiofrequência”, avisa a esteticista e professora Mariana Gomes. Segundo ela, muita gente fica com receio de oferecer o microagulhamento por achar que dói demais. “Não é bem assim, já que você não precisa usar uma agulha de tamanho significativo. Uma menor já é suficiente para favorecer a permeação dos ativos para ter um bom resultado, tanto no monte de Vênus e grandes lábios quanto próximo da região perianal. Lembrando que não se pode trabalhar nas áreas de mucosa nem sobre o clitóris”, destaca a especialista.
»» Máscara de argila – “Gosto principalmente da branca e da rosa. A primeira porque, além de clarear, quando associada com ácido ferúlico permite fazer uma esfoliação suave, já que a região íntima é delicada e não permite utilizar nada com alto poder abrasivo. A argila rosa também clareia, mas também tem perfil rejuvenescedor por naturalmente conter silício”, conta a esteticista Mariana Gomes.
»» Intimate Clay – “Desenvolvi esse protocolo há cerca de dois anos porque gosto de adotar algumas técnicas que costumam ser pouco utilizadas. Daí a explicação para iniciar com o vácuo com ponteira bico de pato, que é menorzinha, e, mesmo assim, realizada numa pressão reduzida para fazer a ativação da área com delicadeza. Na sequência, aplico o ativo desejado, como oligoelementos e prebióticos, e, depois, início a eletroporação da área para auxiliar na permeabilidade dos ingredientes e potencializar o efeito de revitalização e hidratação tecidual. Gosto de trabalhar inclusive na região entre os pequenos e grandes lábios, para garantir o rejuvenescimento e a beleza global”, diz a esteticista e professora Mariana Gomes.