Beleza, bem-estar e inclusão no mercado estético
A estética vai muito além dos padrões convencionais de beleza. Para pessoas com deficiência (PcD), sentir-se bem esteticamente pode envolver aspectos diferentes dos que geralmente se associam ao setor.
A enfermeira e especialista em estética Kelly Della Rovere explica que, para esse público, a estética não se resume apenas a um rosto simétrico ou um corpo definido:
“Os padrões estéticos que as PcD almejam são diferentes. Para muitos, o essencial é ter autonomia e conforto no dia a dia, como evitar odores indesejados ou corrigir alterações faciais causadas por um AVC para recuperar a autoestima”, afirma.
A busca pela autoestima na estética
A procura por tratamentos estéticos entre pessoas com deficiência é variada. Muitos desejam cuidados convencionais, como tratamentos faciais, depilação a laser e controle de alopecia. Outros buscam soluções específicas para suas condições, como adaptação de próteses ou técnicas que ajudem na reabilitação da musculatura facial.
“O importante é que cada pessoa busque aquilo que lhe traga satisfação pessoal”, destaca Kelly Della Rovere.
Cuidados específicos no atendimento
Além dos protocolos tradicionais, atender uma pessoa com deficiência exige atenção extra, como:
- Sensibilidade e segurança: procedimentos como depilação a laser ou ultracavitação precisam ser ajustados, pois alguns pacientes podem não sentir dor e correm risco de lesões;
- Medicamentos e restrições: pessoas que usam anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários podem ter restrições para tratamentos injetáveis;
- Risco de trombose: certos procedimentos corporais são contraindicados para pacientes com imobilidade prolongada.
Sendo assim, personalizar o atendimento e entender as condições individuais é essencial para oferecer um serviço seguro e eficiente.
O desafio da acessibilidade nas clínicas
Muitas clínicas ainda não estão preparadas para atender PcDs de forma confortável. O problema não está apenas no acesso ao prédio, mas também nos detalhes do espaço interno.
“O maior desafio relatado pelos pacientes é a falta de acessibilidade dentro dos consultórios. Muitas vezes, o banheiro não é adequado, as salas são apertadas e as macas não têm ajuste de altura, dificultando a transferência da cadeira de rodas para elas”, explica Kelly Della Rovere.
A solução? Adaptações simples podem fazer toda a diferença:
- Macas ajustáveis para facilitar a transferência;
- Espaços amplos para circulação segura;
- Banheiros adaptados conforme a Lei de Acessibilidade.
Essas mudanças tornam o ambiente mais inclusivo e mostram um verdadeiro compromisso com a diversidade.
Como tornar a estética mais inclusiva?
A inclusão na estética não se limita apenas à acessibilidade física. Profissionais devem ter um olhar sensível e entender as necessidades individuais de cada paciente — empatia e conhecimento são fundamentais para garantir um atendimento de qualidade.
“É essencial encorajar cada pessoa a buscar aquilo que a faz sentir bem consigo mesma. Estética e autoestima caminham juntas, e todas as pessoas merecem acesso a esses cuidados”, conclui Kelly Della Rovere.
A estética vai além da aparência, impactando a autoestima e o bem-estar emocional. Nesse sentido, o conceito de NeuroGlow, que une estética e equilíbrio mental, vem ganhando cada vez mais espaço no mercado. Confira!