A biomédica esteta Jacqueline Sobral mostra como avaliação, cuidado diário e boa conversa transformam a experiência de epilação
Antes de falar em escolha de método, é preciso começar pelo básico: a depilação remove apenas a parte visível do pelo (lâminas, cremes depilatórios e dispositivos elétricos); enquanto a epilação retira o fio desde a raiz — cera, linha, alguns aparelhos elétricos, laser, luz pulsada são exemplos.
Na prática estética, essa diferença muda completamente a indicação, o intervalo entre sessões e a experiência do cliente. Para Jacqueline Sobral, compreender essas distinções é o que transforma um procedimento aparentemente simples em cuidado personalizado, técnico e realmente seguro.
O método certo para cada pessoa
Segundo a esteticista, não existe uma técnica melhor para todo mundo. “A seleção do método de epilação mais apropriado precisa ser guiada por uma avaliação criteriosa, técnica e individualizada. Nenhum método é absoluto; cada um tem seu valor e sua indicação específica”, afirma.
Por isso, antes de indicar cera, linha, lâmina, métodos elétricos, laser ou luz pulsada, ela considera fatores como fototipo cutâneo (Escala de Fitzpatrick), tipo de pelo, condições da pele e objetivo do cliente.
“São métodos complementares. O esteticista qualificado precisa conhecer todos para oferecer a melhor orientação”, reforça.
Quando a melhor decisão é adiar
Há momentos em que cuidar significa dizer “hoje não”. Lesões ativas, infecções, queimaduras solares recentes, inflamações mais intensas, alergias recorrentes e uso de medicamentos fotossensibilizantes, especialmente em protocolos com laser, são sinais para pausar e encaminhar ao dermatologista.
“Quando existe dúvida, a conduta ética é sempre adiar até que a pele esteja íntegra e segura para o procedimento”, orienta Jacqueline Sobral.
Mitos que ainda circulam na sala de atendimento
Atualmente, alguns mitos seguem aparecendo na conversa com o cliente: que a depilação engrossa o pelo, que o laser elimina todos os pelos para sempre, que a cera causa flacidez e que a linha não dói.
Diante dessas crenças, Jacqueline Sobral reforça que o papel do esteticista é acolher e explicar. “A chave é transformar mitos em educação, com clareza, respeito e base científica”, diz.
Cuidados antes e depois que fazem diferença
A esteticista resume os cuidados em passos simples: antes da epilação, higienizar a área e evitar produtos na região no dia do procedimento; depois, usar calmantes dérmicos, evitar atrito e calor intenso nas primeiras 24 a 48 horas e manter o uso diário de fotoproteção.
“A pele pós-epilação é mais vulnerável à hiperpigmentação, por isso reforço a importância do FPS e da hidratação contínua para preservar a barreira cutânea”, destaca.
Comunicação como parte da técnica
Jacqueline Sobral reforça que explicar também é cuidar. Ela recomenda apresentar o mecanismo de cada método de forma objetiva, reforçar que dor é subjetiva e usar percentuais realistas ao falar de resultados, intervalos entre sessões e cuidados.
“O esteticista que domina a comunicação transmite profissionalismo, ética e fortalece a confiança do cliente, o que é tão importante quanto dominar a técnica em si”, conclui.
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