Saber identificar se a pele é sensível ou reativa é fundamental para o profissional de estética realizar o tratamento estético adequado e indicar os cosméticos certos para o home care.
Há quem pense que pele sensível e reativa são a mesma coisa ou, ainda, que elas são um tipo de pele, como normal ou oleosa. Não são. Diferenciar uma da outra se torna ainda mais complexo quando a gente descobre que, na maioria das vezes, a pele reativa também é uma pele sensível, mas que nem toda pele sensível é reativa. Para simplificar, a dermatologista Tatiana Mattar resume: “Pele sensível é uma condição que pode estar relacionada a muitos fatores, mas eles têm um elemento em comum: a perda da integridade da barreira da pele. Quando a camada de proteção cutânea é prejudicada ocorre uma alteração na ação dos micro-organismos que desequilibram o microbioma, deixando a pele mais suscetível à reatividade e hipersensibilidade. O estopim dessa condição pode ser o envelhecimento, o uso incorreto de cosméticos, as alterações hormonais, a falta de pigmento, como acontece em albinos e pessoas bem brancas, ou devido a doenças dermatológicas, como rosácea e dermatite atópica”.
Quanto à pele reativa, como o próprio nome sugere, é aquela que reage a estímulos externos ou internos, como frio, calor, vento, estresse, poluição, bebida alcoólica, umidade, certos cosméticos e procedimentos. “Essa pele reage com algumas substâncias mais agressivas, como um sabonete ou creme com ácido ou até mesmo uma vitamina C em altas doses. Ela também pode reagir e ficar vermelha com um laser ou microagulhamento e arder mais quando o profissional aplica algum ativo”, destaca a dermatologista Maria Paula Del Nero.
Como diferenciar uma e outra
“A pele sensível tende a ser mais seca. Ela é extremamente delicada e mais comum em pessoas alérgicas, que, por vezes, não conseguem usar ácidos, nem glicólico, nem retinoico, bem como sabonetes com mais detergentes ou cremes clareadores, em veículos alcoólicos, com corantes artificiais e ativos como mentol e cânfora. Daí a importância de optar por produtos mais leves, não comedogênicos, com substâncias calmantes e livres de conservantes, parabenos e fragrâncias”, indica a dermatologista Maria Paula Del Nero. Concorda com ela a doutora Tatiana Mattar, que completa que outros sintomas da pele sensível incluem descamação fina, coceira, repuxamento e pinicação. “Efeitos semelhantes podem ser notados na pele reativa, quando ela entra em contato com o agente causador da reação. Porém, tais sintomas tendem a desaparecer e a pele a voltar ao seu estado normal quando esse contato é interrompido”, conclui a médica.
Como agir diante de uma pele sensível
Quando o paciente chega com uma pele sensível o ideal é não realizar tratamentos que rompem a barreira de proteção da pele, causam inflamação, mesmo que controlada, ou aumentam a temperatura de sua superfície. “Isso vale para a aplicação de substâncias e tratamentos mais agressivos, como ácidos, peeling de cristal, microagulhamento e lasers ablativos. Também é importante evitar o uso de vapor e não fazer nenhum tipo de esfoliação, nem mecânica, nem química. Em contrapartida, estão liberados lasers de baixa potência, laser Q-Switched, máscaras calmantes, hidratação, massagem e drenagem linfática facial”, lista a dermatologista Maria Paula Del Nero.