Se pudesse voltar no tempo, o que você diria a si mesma para favorecer sua trajetória profissional? Fizemos essa pergunta a quatro esteticistas superexperientes, com carreiras consolidadas e inspiradoras, e que, como todo mundo, também enfrentaram vários perrengues para chegar onde estão. As respostas são surpreendentes, olha só…
PATRÍCIA ELIAS, DERMATICISTA
“Queria que tivessem me contado que, na estética, o menos é mais. Ou seja, que é preciso ser supercautelosa com os procedimentos. Digo isso porque no início fazia-se microagulhamentos muito fortes e peelings agressivos demais e hoje sabemos que toda lesão deve ser tratada aos poucos, sempre respeitando a fisiologia cutânea, as características individuais e as necessidades específicas de cada paciente. Se eu tivesse essa informação de que o menos é mais talvez eu não teria comido algumas bolas. Mas, como toda boa profissional, aprendi com o meu erro.”
MICHELLE MELECK, ESTETICISTA, COSMETÓLOGA E EMPREENDEDORA
“Queria que tivessem me contado que um negócio gigante, às vezes, pode engolir suas paixões. Comecei diferente da maioria, que inicia pequeno e vai crescendo. Meu primeiro espaço tinha 600 m2, que logo viraram 1100 m2 para dar conta de uma clínica inovadora para a época (20 anos atrás), que era a primeira a oferecer tecnologias da Europa, tinha clientela diferenciada, que ia de Hebe a Clodovil, e faturamento (e gastos) estratosféricos. Precisei de 10 anos e um curso sobre medicina ortomolecular para enxergar que eu não consumia meu próprio produto, que era o autocuidado. Por isso mudei para um espaço de apenas 50 m2, que na pandemia viraram 100 m2, para atender projetos de educação. Com custos sensivelmente reduzidos, o lucro se acomodou e não precisei mudar nada na minha vida pessoal. A diferença é que agora trabalho menos, rentabilizo através de produtos diferenciados, acompanho de perto as pacientes e estou colada no meu filho.”
ROSELI SIQUEIRA, ESTETICISTA E COSMETÓLOGA
“Queria que tivessem me contado que eu jamais deveria fugir à minha filosofia de tolerância zero a qualquer tratamento que agrida a pele. Certa vez estava na França e experimentei um equipamento que deixou minha pele muito bonita na hora. Deslumbrada com o resultado imediato e sem conhecer os meios para chegar até ele, comprei a máquina na Itália. Paguei um dinheirão naquela época, mas o custo maior foi o de não ter tido acesso ao modo de funcionamento da tecnologia, o que só descobri quando recebi o equipamento na clínica. Foi um baque e uma decepção tão grande que na hora devolvi o produto e prometi nunca mais me deixar levar.”
PÂMELA LOPESS, ESTETICISTA, BACHAREL EM ESTÉTICA E EMPREENDEDORA
“Queria que tivessem me contado que eu deveria acreditar mais no meu potencial e ter menos medo de arriscar a ter meu próprio espaço físico. Durante anos pensei que atender em domicílio era a solução perfeita para fugir de três pesadelos: gastos fixos, burocracia e precisar entregar uma quantidade enorme de horas para o empreendimento, prejudicando minha vida pessoal. Tudo mudou – quem diria – por causa da pandemia, quando fiquei receosa de voltar às casas por questões de biossegurança. Então, abri meu espaço e minha renda simplesmente dobrou já no primeiro mês, mesmo mantendo uma agenda flexível!”