Estratégias podem reduzir os riscos de desenvolver um tumor; e algumas delas são tão simples que podem ser colocadas em prática hoje mesmo.
Você conhece alguém que teve ou está com câncer ou anda com a sensação de que a doença está cada vez mais próxima da sua vida e das pessoas que ama? Há dados que ajudam explicar isso, como os do Ministério da Saúde, que apontam que atualmente o câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, uma das principais causas de morte e, como consequência, uma das maiores barreiras para o aumento da expectativa de vida.
Agora, vamos à boa notícia: a doença pode ser prevenida em pelo menos um de cada três casos, e com atitudes relativamente simples. Daí o convite de ESTETIKA para aproveitar que em 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer para adotar estratégias cientificamente comprovadas que podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver um tumor.
Ações contra o câncer
“Há evidências científicas que comprovam a relação entre hábitos saudáveis e a prevenção do câncer. Entender essa ligação fica mais fácil quando a gente olha para si mesmo e se dá conta de como estamos nos movimentando menos, desembalando cada vez mais e descascando cada vez menos a comida, entrando na moda do cigarro eletrônico e tomando outras atitudes que impactam diretamente na qualidade de vida”, diz a oncologista Isabella Drumond Figueiredo. Atento a essas e outras mudanças de comportamento, o INCA, Instituto Nacional do Câncer, elaborou uma lista com 12 dicas para prevenir o câncer; são elas:
1. Não fumar (nem ficar perto de quem fuma). Esse mau hábito está relacionado a um em cada quatro casos de câncer de pulmão, que é o primeiro tipo de tumor mais comum entre os homens e o terceiro entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
2. Se alimentar de maneira saudável. “O ideal é optar por alimentos naturais ou minimamente processados em detrimento dos ultraprocessados. Ou seja, aqueles que são produzidos a partir da modificação de alimentos originais e de combinações de ingredientes como açúcar invertido, emulsificantes, espessantes, aromatizantes, maltodextrina e carboximetilcelulose, entre outros”, esclarece a nutricionista clínica Fernanda Machado Soares, pós-graduada em bioquímica ortomolecular e fitoterapia funcional.
3. Manter um peso saudável. Estética à parte, o excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica e aumenta os níveis de determinados hormônios que favorecem o crescimento de células cancerígenas.
4. Praticar atividade física regularmente. Movimentar o corpo reduz o risco de desenvolver vários tipos de câncer. E, por ‘movimento’, você pode entender se mexer das mais variadas formas: correr, caminhar, pedalar, nadar, fazer musculação, trocar o elevador pela escada, passear com o cachorro, dançar, limpar a casa, cuidar do jardim…
5. Amamentar. Já está cientificamente comprovado que a mãe que amamenta por dois anos ou mais protege a si mesma contra o câncer de mama e seu filho contra a obesidade infantil.
6. Fazer Papanicolau. Esse exame preventivo detecta as alterações das células do colo útero, aumentando as chances de cura quando o câncer de colo do útero é diagnosticado precocemente. Na prática, o Papanicolau deve ser feito por quem tem entre 25 e 64 anos, sendo que após os dois primeiros testes anuais terem dado negativo a avaliação só precisa ser repetida de três em três anos.
7. Tomar vacina contra o HPV. A imunização é uma importante parte da prevenção ao câncer de colo de útero. Mas, tenha em mente que ela não substitui a realização do Papanicolau nem dispensa o uso de preservativo nas relações sexuais, ok? Em tempo: a vacina contra o HPV está disponível no SUS para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pacientes oncológicos, transplantados e mulheres e homens imunossuprimidos de 9 a 45 anos.
8. Se imunizar contra a hepatite B. Também disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade, a vacina é um importante meio de se prevenir contra o câncer de fígado, que está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B.
9. Evitar álcool. Seja qual for a quantidade ou o tipo, o consumo de bebida alcoólica aumenta as chances de desenvolver vários tipos de câncer, entre eles de mama, fígado, pâncreas, colorretal, cavidade oral, faringe, laringe e esôfago.
10. Reduzir a carne vermelha e evitar as carnes processadas. “Mesmo não sendo ultraprocessada, como salsicha, bacon, salame, mortadela, presunto, peito de peru ou blanquet de peru, a carne vermelha consumida em excesso pode aumentar o risco de surgimento de câncer de intestino”, avisa a nutricionista Fernanda Machado Soares.
11. Evitar a exposição excessiva ao sol e em horários inadequados. “Sol não só faz bem à saúde como é vital. Mas, para ter seus benefícios e não virar alvo do câncer é preciso evitar a exposição prolongada e entre as 10 e 16 horas, além de usar filtro solar, chapéu, guarda-sol e óculos escuros. Quem trabalha ao ar livre deve ainda se proteger com roupas e sapatos que cubram o máximo possível da pele”, recomenda a dermatologista Tatiana Mattar.
12. Não se expor a agentes cancerígenos no trabalho. A exposição a agentes químicos, físicos e biológicos usados em certos ambientes de trabalho e seu entorno pode causar diversos tipos de câncer. Na mira estão diversos profissionais, como os que atuam com bronzeamento artificial, produtos para cabelo, produção de medicamentos, borracha, vidro, inseticida, combustíveis… A lista é extensa, por isso é tão importante sempre comentar sobre a sua ocupação ao consultar um médico e ao fazer check-up.