Acne não é exclusividade da adolescência. Ela também pode aparecer na infância e, quando surge, levanta dúvidas sobre causas, riscos e qual a melhor abordagem.
O que causa a acne em crianças?
De acordo com a esteticista Carla Leone, a acne infantil e na adolescência é multifatorial. Em crianças pequenas, pode estar relacionada a alterações hormonais transitórias, como estímulos maternos ainda presentes ou até distúrbios hormonais que precisam ser investigados.
“Em adolescentes, a principal causa é o aumento da produção sebácea sob influência dos hormônios androgênicos. Além disso, fatores como predisposição genética, alimentação com alto índice glicêmico, estresse, uso de cosméticos inadequados e até a microbiota da pele desempenham papel importante no surgimento da acne”, explica.
Tratamento: do básico ao que pede médico
O tratamento precisa ser individualizado e sempre respeitar a idade e a sensibilidade da pele. Segundo Carla Leone, em crianças menores, muitas vezes os profissionais optam por cuidados tópicos suaves, como sabonetes adequados, hidratantes não comedogênicos e protetor solar.
Em adolescentes, é possível associar ativos de controle da oleosidade e da inflamação, como peróxido de benzoíla, ácido salicílico e derivados da vitamina A tópica, sempre em concentrações baixas e monitoradas.
“Casos mais resistentes podem demandar acompanhamento dermatológico com medicações específicas. Procedimentos estéticos devem ser indicados com cautela e sempre em situações nas quais realmente trazem benefício”, orienta.
Como tranquilizar as famílias
A primeira orientação é que cada caso deve ser avaliado individualmente, pois nem toda acne exige intervenção agressiva.
“Em muitos casos, o acompanhamento com rotina de cuidados é suficiente. É importante explicar aos pais que a acne não é apenas uma questão estética: ela pode impactar a autoestima da criança ou adolescente e, se não tratada, pode deixar cicatrizes permanentes. Reforçar que os protocolos são adaptados à idade, sempre priorizando segurança, costuma trazer tranquilidade. Além disso, mostrar que existe acompanhamento médico constante ajuda a transmitir confiança às famílias.”
Prevenção no dia a dia
Para Carla Leone, a prevenção começa com uma rotina simples e adequada: “higienização duas vezes ao dia com sabonete específico, hidratação leve e uso diário de protetor solar. Evitar espremer as lesões é fundamental para prevenir cicatrizes”, afirma.
Além disso, é importante orientar sobre escolhas alimentares mais equilibradas — reduzindo excesso de açúcares e ultraprocessados — o que também pode fazer diferença.
“Outro ponto importante é ensinar sobre a escolha de cosméticos e maquiagens apropriadas, sempre não comedogênicas. E, por fim, incentivar consultas de acompanhamento para ajustes quando necessário, já que a acne é uma condição dinâmica e pode mudar de intensidade com o tempo.”
Todo mundo que tem acne corre o risco de ter cicatrizes? Elas são diferentes entre homens e mulheres? Entenda sobre como tratar cicatrizes de acne.