Dicas para cuidar da pele e evitar dermatite de contato durante o trabalho
A dermatite ocupacional é uma inflamação na pele que pode afetar esteticistas que manipulam produtos químicos diariamente. Segundo a dermatologista Drª. Ana Schor, os riscos de desenvolver dermatite de contato são consideráveis, mas, com cuidados específicos e uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), é possível reduzir esses riscos.
O que é dermatite de contato?
A dermatite de contato pode ser de natureza alérgica ou irritativa. “Nas alergias ocorre sensibilização pelo contato repetido a determinada substância”, explica a Drª. Ana Schor. As dermatites irritativas ocorrem pelo contato direto com substâncias irritantes, sem que ocorra uma reação imunológica. Em ambas as situações, a exposição contínua a produtos específicos usados em procedimentos estéticos aumenta a probabilidade de reações.
Fatores de risco para esteticistas
Entre os principais fatores de risco para esteticistas estão a higienização frequente das mãos, que remove a proteção natural da pele, e o uso constante de produtos e substâncias que podem causar sensibilização ou irritação. “A higienização frequente com sabão e álcool remove o manto hidrolipídico, que é a proteção natural da pele. Além disso, o uso de luvas de látex, produtos perfumados, esfoliantes e coloridos, com conservantes, também contribui para o surgimento da dermatite”, destaca a Drª Ana.
Produtos químicos e os riscos de dermatite
A Drª. Ana Schor cita algumas substâncias comuns em tratamentos estéticos que são conhecidas por causar dermatite de contato:
- Metacrilatos: comuns em produtos para unhas, como géis e acrílicos.
- Formaldeído: encontrado em cosméticos e produtos para alisamento capilar, pode causar dermatite alérgica ou irritativa.
- Fragrâncias e óleos essenciais: presentes em loções e shampoos, podem sensibilizar peles sensíveis.
- Sulfatos: usados em permanentes e descolorantes, causam dermatite irritativa ou alérgica.
- Látex: encontrado em luvas, pode sensibilizar profissionais expostos com frequência.
Essas substâncias, quando manipuladas continuamente, podem resultar em sensibilização ao longo do tempo, especialmente em peles predispostas.
Equipamentos de proteção individual
A proteção no ambiente de trabalho é fundamental para minimizar os riscos de dermatite. A Drª. Ana Schor recomenda o uso de “luvas nitrílicas, de preferência, pois são menos sensibilizantes que as de látex”, além do uso de máscaras para evitar que produtos voláteis atinjam a pele do rosto. O uso correto desses EPIs é imprescindível para evitar a exposição desnecessária a substâncias potencialmente irritantes ou alérgenas.
Cuidados essenciais com a pele para esteticistas
Além dos EPIs, práticas de cuidados com a pele podem ajudar a manter a saúde das mãos e prevenir reações adversas. A Drª. Ana sugere “evitar o uso de álcool como higienizador; a lavagem com um sabão suave é sempre melhor”, aconselha. “Hidratar as mãos com frequência, mesmo sabendo que vai higienizá-las novamente, faz diferença. À noite, recomenda-se o uso de um hidratante potente para ajudar na recuperação da pele.”
Para esteticistas, a prevenção é a melhor forma de evitar a dermatite de contato ocupacional, mas, caso surjam sintomas, como vermelhidão, coceira ou descamação, é importante buscar um diagnóstico. O teste de contato, que examina a reação a 30 substâncias diferentes, é uma das formas de identificar alergias. Com uma rotina de prevenção e cuidados, esteticistas podem continuar exercendo sua profissão de forma segura e minimizar os riscos de reações dermatológicas. Se você quer entender mais sobre como diferentes tipos de dermatite podem afetar a pele, entenda a diferença entre dermatite atópica, dermatite de contato e urticária.