Com escuta sensível e técnicas adaptadas, esteticistas ajudam clientes com queimaduras e cicatrizes a se reconectarem com o próprio corpo
Nem todo atendimento estético tem como foco a aparência. Em muitos casos, o cuidado é uma ponte para o resgate da autoestima e da dignidade, especialmente entre pessoas que vivem com queimaduras ou grandes cicatrizes.
“Cada cicatriz é uma história. A estética não busca apagar essas marcas, mas cuidar com respeito, delicadeza e presença”, afirma Vanessa Menezes, esteticista especializada em estética integrativa.
“Entre os recursos terapêuticos e tecnológicos utilizados, destacam-se a fotobiomodulação, a massagem desfibrosante (em casos de fibroses cicatriciais), e o uso de hidratantes com ativos calmantes, regeneradores e anti-inflamatórios, como o Cannabinoid Active System (CBA), aloe vera e óleo vegetal de rosa mosqueta”, completa.
Conexão e escuta
Segundo Vanessa Menezes, o esteticista deve ir além da técnica. “É essencial ter escuta ativa, presença sensível e respeito pelos limites do outro”, explica.
Desse modo, o trabalho inclui observar sinais não verbais, respeitar silêncios e adaptar o ambiente para promover acolhimento, com luz suave, aromas sutis e temperatura agradável.
O toque também precisa ser ajustado. “Usamos toques leves e intencionais, sempre com consentimento. Muitas vezes, é o único tipo de toque não invasivo e amoroso que aquela pessoa recebe”, afirma.
Protocolos adaptados
Cada caso exige cuidado individualizado, respeitando o tempo de cicatrização, o tipo de lesão e a sensibilidade da pele. Entre os recursos utilizados estão massagens suaves com óleos calmantes, fotobiomodulação e técnicas sensoriais com pincéis ou pedras quentes e frias.
“O mais importante é respeitar os limites de dor e o desejo do paciente em cada etapa”, destaca.
Toque como reparo
Para Vanessa Menezes, o toque é uma forma de reconstruir a relação com o próprio corpo. “Quando alguém é tocado com gentileza e sem julgamento, a autoestima começa a se reconstruir, não pela aparência, mas pela experiência de ser cuidado.”
Sendo assim, o cuidado estético pode ser um gesto de reconexão. O esteticista, com olhar humano e técnica sensível, torna-se um agente de acolhimento e transformação.
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