Também chamado de microneedling patch, descubra se é uma boa ideia usar esse adesivo com microagulhamento nos protocolos de estética ou se ele é válido apenas para home care.
Algumas das maiores e melhores tendências em cosméticos são lançadas na feira InCosmetics, em Paris, que neste ano teve como um dos principais destaques o microneedling patch. “Trata-se de um adesivo com dezenas de microagulhas que atravessam a camada córnea e entregam o produto aplicado anteriormente na epiderme viável. As agulhas podem variar de 0,025 mm a 2,5 mm de comprimento e de 0,02 mm a 0,25 mm de diâmetro. A média, porém, é de 1 mm, que já é suficiente para atingir da epiderme até as primeiras camadas da derme”, esclarece o farmacêutico especialista em cosmetologia e pesquisador Maurizio Pupo, CEO da Ada Tina.
Como usar o adesivo com microagulhamento
Segundo Maurizio Pupo, o microneedling patch pode ser usado de duas formas. Em ambas, é preciso, primeiro, higienizar bem a pele. Feito isso, há a opção de espalhar um sérum de tratamento para, em seguida, aplicar o patch ou, então, colar o adesivo na pele, aguardar cerca de 2 minutos e removê-lo para, na sequência, passar o sérum de tratamento. “Seja qual for o método de aplicação escolhido, o objetivo é sempre o mesmo: criar orifícios para favorecer a penetração dos ingredientes ativos na pele, otimizando os resultados”, diz. Ele completa: “Por causar microfuros na pele, é importante que o patch seja usado com cautela, procurando não ultrapassar uma vez na semana até porque seu uso diário pode provocar lesões mais acentuadas”.
Indicação do adesivo com microagulhamento
“O microneedling patch pode auxiliar no tratamento de manchas, acne, rugas e outros sinais de envelhecimento. Porém, é preciso usar com cautela nas peles oleosas, já que o estimulo provocado pelas microagulhas pode aumentar a produção de sebo”, avisa Maurizio Pupo.
Onde o microneedling patch pode ser aplicado
Regra geral, há vários formatos de adesivo, que podem ser usados em diferentes partes do rosto, como testa, nariz, bochechas, queixo e área dos olhos.
Contraindicações dos adesivos com microagulhamento
Para Maurizio Pupo, o microneedling patch não deve ser usado em peles com infecções ativas, sejam por vírus, como é o caso do herpes vírus, sejam por bactérias, como é o caso de abcessos ou de acne pápulo-pustulosa. “Em ambas as situações, a microlesão e perfuração cutânea provocada pelo adesivo com microagulhas pode levar a disseminação dos micro-organismos e agravar o quadro. Já em relação às peles sensíveis ou muito fininhas, não há problema algum em usar o patch, desde que o comprimento das agulhas dele seja muito bem calculado e pensado para cada tipo de pele onde será utilizado”, explica.
Microneedling patch para uso profissional ou home care?
“Tendo em vista que as agulhas do adesivo com microagulhamento são extremamente pequenas, o paciente pode fazer uso em casa, para o home care, desde que bem orientado. Quanto ao profissional de saúde estética, ele também pode utilizar o microneedling patch em sua clínica de estética. Apesar do adesivo não substituir o microagulhamento convencional, ele pode ser uma boa opção para pacientes com muita sensibilidade à dor bem como ser adotado para potencializar protocolos, aproveitando inclusive o tempo que a pessoa permanece na maca. Mas, nesse caso, o ideal seria usar as agulhas de comprimento ligeiramente maior, sempre com a devida avaliação e os cuidados que esse tipo de procedimento exige”, destaca Maurizio Pupo.
Cosméticos e adesivos com microagulhamento
“Não gosto de recomendar nem de estimular a associação de alfa ou beta hidroxiácidos com qualquer processo de microagulhamento. Afinal, esses ácidos são feitos para serem aplicados na superfície da pele e sua penetração forçada nas camadas cutâneas mais profundas pode trazer resultados imprevisíveis, como queimaduras e reações inflamatórias que podem levar à formação não apenas de manchas mas também de cicatrizes hipertróficas e queloides”, alerta Maurizio Pupo.
“Por outro lado, podemos aproveitar a oportunidade gerada pela aplicação das microagulhas para recomendar o uso de séruns ricos em peptídeos, antioxidantes, ácido hialurônico, niacinamida e até vitamina C na forma estabilizada, que é a forma não ácida dessa vitamina”, completa o pesquisador.