Conhecer a resposta para esta pergunta é essencial quando se sabe que o tumor que atinge a pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo.
Uma das maiores certezas de um profissional de estética é que em algum momento de sua trajetória ele vai atender um paciente que já teve câncer de pele. Não poderia ser diferente, já que, segundo o Ministério da Saúde, o tumor que atinge a pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo – o que reforça a importância do Dezembro Laranja, campanha de conscientização e prevenção à doença, que é mais comum em pessoas acima de 40 anos. “Se a pessoa teve câncer de pele e esse tumor foi tratado, não há impedimento de fazer procedimentos estéticos. Isso vale inclusive para o carcinoma basocelular e para o carcinoma espinocelular, que são os mais comuns, mas desde que eles tenham sido completamente removidos com cirurgia. Quanto ao melanoma, que muitas vezes precisa de uma cirurgia mais ampla e de quimioterapia, a recomendação é que durante a quimio não se faça nenhum tratamento estético para não aumentar o risco de infecções ou complicações. Isso porque a quimioterapia deixa a imunidade mais baixa”, esclarece a dermatologista Carolina Milanez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e preceptora de dermatologia do Hospital Heliópolis.
Cuidado nunca é demais
Apesar da liberação para realizar tratamento estético no paciente que teve câncer de pele e agora está curado, a dermatologista Tatiana Mattar sugere cautela com a fototerapia. “A gente evita ou usa com parcimônia essas câmeras de luz em quem tem antecedentes de câncer de pele relacionados com exposição solar e precisa tratar vitiligo e psoríase. Dependendo do custo-benefício, até intercalamos a fototerapia com outros procedimentos. Mas, em relação à realização de microagulhamento, toxina botulínica, lasers, preenchimento, bioestimuladores, etcétera, não há nenhum problema em realizá-los em quem já está curado do câncer de pele”, reforça a médica.
Atenção redobrada na anamnese
Sabendo da alta incidência do câncer de pele, a esteticista Gleyde Lopes conta que sempre faz uma avaliação minuciosa da pele de seu paciente e que diante de qualquer lesão suspeita o encaminha para o dermatologista. “Sei que em hipótese alguma devemos realizar um procedimento estético sobre uma lesão suspeita de câncer, para não alterar sua forma e dificultar o diagnóstico. É realmente importante que nenhum tratamento seja feito, nem mesmo uma limpeza de pele, muito menos um procedimento mais invasivo, como microagulhamento ou dermoabrasão, sob o risco de piorar a área que foi tratada e dificultar a retirada correta da lesão de câncer”, diz ela, que reforça: “Uma pinta diferente, uma pinta que cresceu ou mudou de cor, um machucado que não cicatriza ou que sangra são exemplos de lesões que podem ser câncer de pele”.