As diferenças na fisiologia da pele masculina e feminina podem pedir ajustes nos protocolos; esteticistas esclarecem.
Não é impressão: os homens estão buscando cada vez mais cuidados estéticos. Um levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica mostrou que os homens representam 35% dos pacientes que buscam procedimentos estéticos e cirurgias plásticas no Brasil.Olhando mais à frente, o Relatório de Tendências Globais do Futuro da Estética, produzido pela Allergan, dona das marcas Botox, Juvederm, HarmonyCa e Coolsculpting, destacou entre suas dez apostas o surgimento do “novo masculino” – uma previsão baseada no fato de que os homens estão cada vez mais à vontade para cuidar do rosto e do corpo. Diante desses dados, surge a dúvida: é preciso mudar algo no atendimento e nos protocolos estéticos para cuidar do público masculino?
Como fica o atendimento
A esteticista Sandra Seabra diz que o ponto de partida para pensar nos tratamentos estéticos masculinos são os hormônios que regem o corpo do homem. “A testosterona atua muito diretamente nas glândulas sebáceas, fazendo com que eles tenham a pele mais oleosa, com mais cravos, poros dilatados e a possibilidade de terem mais espinhas. Por isso pode até ser que não haja diferença na indicação dos princípios ativos, mas é preciso atentar para o tipo de veículo dos cosméticos, sendo as melhores opções o gel, o gel-creme e o sérum”, lista.
Segundo a especialista, há ainda o agravante da barba, que favorece a foliculite; e o próprio ato de se barbear no dia a dia, que provoca microlesões na pele. “Por isso oriento meus pacientes a evitarem se barbear pelo menos nos três dias seguintes à minha limpeza de pele, para reduzir o risco de inflamação”, completa Sandra Seabra.
Comportamento em questão
A esteticista, fisioterapeuta dermatofuncional e doutora em ciência da saúde Vilma Natividade faz uma importante ressalva: por mais que o homem esteja aberto aos tratamentos estéticos, é preciso lembrar que ele ainda não conhece os procedimentos e a dinâmica das técnicas como a mulher. “É preciso esclarecer os procedimentos e questionar se o paciente vai conseguir encarar com tranquilidade a descamação provocada por um peeling, cuidados que exigem um tempo prolongado na maca ou a necessidade de voltar mais vezes à clínica de estética para realizar as sessões de um tratamento”, exemplifica. “Checar a sensibilidade à dor também é outro aspecto que deve ser considerado”, conclui a expert.