Psicóloga diz quais os sintomas por trás desses sentimentos, como evitar que eles evoluam para algo ainda mais sério e afetem quem convive com quem está sofrendo com tristeza, raiva, preocupação e estresse.
‘E fora dos stories, você está bem?’. O meme nascido no Instagram satiriza a diferença entre o que é postado e a vida real e brinca com o fato de que ninguém está bem. Apesar de ter surgido em 2021, auge da pandemia, o meme continua atualíssimo, como comprova um levantamento feito pela Gallup com mais de 1 milhão e meio de pessoas em nada menos do que 113 países (mais da metade do mundo!). A conclusão foi que 1 em cada 3 pessoas reconhecia ter vivido sentimentos de tristeza, preocupação, estresse ou raiva durante a maior parte do dia anterior. Um salto de 25% quando comparado a pouco mais de uma década atrás, em 2009, quando a angústia de viver atingia 1 em cada 4 pessoas.
Jovens sofrem mais
Outro ponto que merece destaque no trabalho é que os mais angustiados estão na faixa dos 35 aos 55 anos. A pandemia está por trás desse fenômeno, claro, mas não só. Os pesquisadores apontam que também podem contribuir para os sentimentos de angústia o endividamento, a instabilidade política, a precarização do trabalho, as mudanças nas relações sociais e a solidão, entre outros.
Angústia é normal, mas até certo ponto
Doutora e mestre em psicologia pela USP e coordenadora do ambulatório de transtornos do impulso da FMUSP, a psicóloga clínica Liliana Seger ressalta que a angústia é um sentimento que todos nós experimentamos em momentos da vida. “Ela pode ser descrita como uma sensação de desconforto, ansiedade e apreensão diante de uma situação que nos causa preocupação ou incerteza. Mas, quando persiste e se torna frequente pode evoluir para um transtorno psicológico afetando a qualidade de vida”, explica ela.
Hora de buscar ajuda
Segundo a psicóloga, a angústia pode provocar sinais físicos e emocionais, entre eles coração acelerado, sudorese, tensão muscular, dificuldade de concentração, irritabilidade, tristeza e desânimo. “Quando esses sintomas se tornam persistentes, diários, difíceis de serem controlados e provocam alterações no sono, no apetite, isolamento social e pensamentos negativos recorrentes é hora de consultar um especialista. Afinal, a angústia pode deixar de ser apenas um sentimento para se transformar em um transtorno de ansiedade ou de pânico, que têm sintomas ainda mais intensos, duradouros e que afetam a capacidade de realizar até mesmo tarefas cotidianas, como levantar da cama e trabalhar”, destaca Liliana Seger.
Angústia pega?
“A angústia também impacta na vida profissional, já que pode reduzir a produtividade, afetar as relações interpessoais e dificultar a tomada de decisões”, reforça a psicóloga, que faz três alertas específicos para os profissionais de estética:
- No contexto dos tratamentos estéticos, é importante que o esteticista esteja atento aos sinais de angústia de seus clientes e ofereça um ambiente acolhedor e tranquilo. Dependendo do caso, vale indicar que ele busque um especialista na área.
- Também é importante que ajude a pessoa a entender que o tratamento estético não deve ser visto como solução para problemas emocionais mais profundos. Isso inclui a necessidade de ficar atento aos pacientes que desejam realizar procedimentos que o esteticista sabe que não são indicados;
- Por fim, é fundamental que o esteticista cuide de sua própria saúde mental e emocional, evitando se envolver demais com os problemas de seus pacientes. E que também busque ajuda se achar necessário, o que pode incluir atividades relaxantes, terapia ou mesmo conversas com colegas do trabalho. Afinal, cuidar dos outros começa com o cuidado de si mesmo.
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