Nunca tantos brasileiros moraram no exterior como agora. Para ter uma ideia, o levamento mais recente do Itamaraty dá conta de que são 4,2 milhões de emigrantes. Mas, estimativas extraoficiais sugerem que esse número pode ser mais que o dobro. Nesse grupo está a dermaticista curitibana Monique Ellen, que vive há cinco anos nos Estados Unidos, no estado de Massachusetts, que fica a 4 horas de Nova York, é um dos grandes polos econômicos do país e está entre os principais destinos de imigrantes, em especial latino-americanos. Lá, Monique faz faculdade de enfermagem, para aumentar seu portfólio de atendimento como enfermeira esteta, e tem seu próprio espaço de estética, que fica numa região bem localizada e onde tem uma clientela majoritariamente formada por brasileiras – cerca de 90%. Mas sua fama tem crescido entre as americanas, principalmente depois que um cirurgião plástico localpassou a indicar pacientes de pós-operatório para ela. “Elas saem encantadas com o nosso método de atendimento e o fato de sermos detalhistas e dedicadas. Tanto que muitas vêm de longe em nome do cuidado e experiência oferecidos”, diz ela, com uma segurança e autoconfiança conquistadas com muita garra, muito trabalho e, claro, muitos perrengues. Extremamente empática com as colegas que também sonham em trabalhar como esteticistas nos Estados Unidos, Monique imediatamente topou a proposta do Estetika Digital de compartilhar os ensinamentos que ela aprendeu na base do suor e das lágrimas:
1. “Apesar de ter estudado um ano e meio de inglês em casa, já na imigração descobri que eu não tinha fluência suficiente para evitar problemas básicos causados pela falta de conhecimento do idioma. Se tivesse me empenhado mais teria evitado muita dor de cabeça e a irritabilidade de não conseguir me comunicar e ser compreendida.”
2. “Trouxe cerca de 1.500 dólares na bolsa porque estava crente que conseguiria emprego fácil. Afinal, já era formada em estética, tinha experiência na área e estava indo morar numa região que tem uma comunidade grande de brasileiros e muitos espaços de estética. Só que ninguém quis me contratar, mesmo em padarias e restaurantes, porque eu ainda não tinha licença para trabalhar. Por medo de passar fome, de não ter onde morar e ter que voltar para o Brasil, virei uma faz-tudo num salão, onde ganhava menos que o salário-mínimo americano e ainda tinha que obedecer ao cabeleireiro quando ele me mandava lavar, passar e arrumar sua casa nos dias de agenda tranquila. Com dinheiro na mão agente não se submete a qualquer ocupação, consegue raciocinar melhor e até pensar em alugar ou sublocar uma sala para atender sozinha.”
3. “Já traga todos os seus documentos traduzidos, inclusive histórico escolar, diplomas e o documento da prefeitura da sua cidade confirmando que o local onde você estudou é válido. Assim, você consegue agendar mais rápido a prova para pedir licença para trabalhar. E, uma vez aqui, também agilize ao máximo a aquisição de ID Number, uma espécie de RG de estrangeiros, que facilita demais a nossa vida.”
4. “Jamais esqueça da nossa expertise em beleza, que é mundialmente reconhecida, nem subjugue os produtos nacionais, achando que aqui fora tudo é melhor. Te garanto que não é! Eles deixam tanto a desejar que, atualmente, importo tudo do Brasil.”
6. “Vir para cá dá frio na barriga e, para piorar, você ainda vai ouvir uma série de argumentos para desistir. Minha mãe mesmo, por zelo, me pediu isso. Mas, acredito que sonhos não têm fronteiras quando a gente tem muito claro o que deseja, tem garra para não esmorecer diante dos desafios, se especializa para fazer bem o que ama e se prepara da melhor forma possível para não ser passada para trás. Tentaram me derrubar dizendo que, mesmo tendo feito uma especialização em criolipólise, eu não poderia realizar o procedimento, que tem eficácia cientificamente comprovada e é muito buscado pelas clientes. Não me dobrei. Fui me informar no órgão oficial que regulamenta a estética aqui e não havia qualquer proibição. Portanto, outra dica de ouro é trazer na mala seu feeling e sua esperteza, porque você vai precisar.”
Sobre o Estetika:
O Estetika é o evento oficial do segmento na América Latina. É promovido e organizado pela GL events Exhibitions. Já aconteceram 27 edições no Brasil, só em 2019, o Estetika recebeu cerca de 30 mil pessoas e gerou 100 milhões de reais em negócios.
Portal Estetika Digital: www.estetikadigital.com.br
Fonte: Mídia Notícias (05/01/2022)