As marcas, bem como os profissionais de estética, têm sido vítimas da pirataria, que pode comprometer seu negócio, sua saúde e a do seu cliente.
Pelo menos desde 2016 os cosméticos, ao lado da perfumaria e dos produtos de higiene pessoal, figuram entre os principais itens comercializados de forma ilegal no Brasil. Inúmeras ações vêm sendo tomadas para tentar frear o problema. Para ficar num exemplo recente, no ano passado uma parceria entre ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e ADIPEC (Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares) resultou na maior operação da América Latina de combate à falsificação. Foram destruídas 55 toneladas de perfumes e insumos para a fabricação de bens finais, que seriam usados para produzir produtos que poderiam chegar aí ao seu espaço de estética, às suas mãos, à pele dos seus clientes.
Crimes contra a saúde
Entre tantas complicações que um cosmético falsificado pode trazer, o farmacêutico especializado em cosmetologia Maurício Pupo, CEO da Ada Tina, destaca o risco de não saber o que há na formulação nem em como ela foi envasada. “Um falsificador jamais vai se preocupar em higienizar o maquinário da maneira adequada, e sabe-se lá o que resíduos de um produto podem provocar em outro. Quanto aos ativos, duvido que exista o cuidado de utilizar ácidos com pH que ofereça resultado sem provocar irritação cutânea ou que a água seja triplamente filtrada para evitar a proliferação de micro-organismos. Isso explica porque é praxe da pirataria exagerar nos conservantes, que são altamente agressivos e irritantes para o rosto do paciente e as mãos do profissional de estética”, exemplifica ele, que reforça: “Diante de qualquer intercorrência, a primeira atitude do fraudador é fugir, para não se responsabilizar nem prestar assistência às vítimas”.
Para não ser uma vítima
A ação citada anteriormente da ABIHPEC e da ADIPEC descobriu que os produtos falsificados eram distribuídos para vendedores on-line. São pessoas que usam plataformas digitais, marketplaces e redes sociais para fazer a comercialização ilegal em todo o Brasil. Por isso é que são grandes as chances de ser enganado e acabar tento até seu espaço de estética interditado pela fiscalização, já que cosmético sem regularização da Anvisa é proibido.
Confira 9 dicas para se prevenir:
- Rótulos pirateados geralmente não trazem informações completas e essenciais, como registro da Anvisa e data de fabricação e validade.
- Alguns têm erros ortográficos básicos, pecando na escrita do nome do produto, dos ativos e até da marca.
- Confira a presença de informações impressas na embalagem – elas são usadas para a marca rastrear seus produtos.
- A falsificação de produtos costuma envolver fraude cibernética. Isso acontece, por exemplo, quando o falso vendedor solicita informações bancárias para clonar sua conta, fazendo saques e empréstimos indevidos.
- Desconfie inclusive de sites conhecidos, e opte por comprar naqueles que eles próprios se responsabilizam por comercializar e entregar os itens ao invés de delegar isso à outra empresa. Na dúvida, use o site oficial da marca.
- Cuidado com preços muito abaixo do mercado. Promoções são normais, claro, mas há limites. Nem mesmo numa Feira tão especial como a Estetika um cosmético de R$ 200 estará a R$ 25, como aconteceu com a Ada Tina em uma rede social.
- Sempre exija nota fiscal, independentemente do valor da compra.
- Abra o olho se o produto for de uso exclusivo profissional, mas puder ser adquirido pelo consumidor final.
Itens vendidos sem caixa ou lacre a preço especial? Nenhuma marca séria deixaria de proteger seus potes e o conteúdo deles.